Thaysa Castro Molina Psicóloga
Mestre em Psicologia da Saúde
Especialista em Psicologia Clínica – TCC
Quem nunca atrasou uma tarefa que atire a primeira pedra!
Adiamentos são tão comuns que a maioria de nós já os apresentou em algum momento da vida.
Nem sempre atrasar uma tarefa será um problema. Diante de um imprevisto adiar uma atividade nos dá a oportunidade de rever as prioridades e buscar soluções necessárias para esse novo cenário.
O atraso desnecessário, geralmente, é acompanhado de sentimentos de culpa, ansiedade, vergonha, tristeza e arrependimento. Denomina-se procrastinação o comportamento de prorrogar, retardar, adiar intencionalmente uma tarefa.
Ao se repetir com frequência e regularidade, o comportamento de procrastinar resultará em prejuízos para o indivíduo, podendo afetar a saúde, o desempenho e suas relações sociais.
Um dos pontos centrais da causa e manutenção da procrastinação está no processo de autorregulação, o qual consiste da habilidade de monitorar e manejar a emoção, a cognição e o comportamento para atingir um objetivo. Por exemplo, um estudante ao se deparar com uma atividade que exige esforço mental poderá postergar tal atividade, com o objetivo de evitar o desconforto emocional, como a ansiedade ou medo. A evitação dessas emoções faz com que esse indivíduo fuja da tarefa e mantenha-se calmo e aliviado momentaneamente.
O sentimento de alívio não é mantido por muito tempo, as pessoas que procrastinam tendem a vivenciar maior elevação do nível de estresse próximo ao prazo de entrega do trabalho, como também podem apresentar um desempenho inferior.
O comportamento procrastinatório é uma estratégia para regular, em curto prazo, os sentimentos negativos que acompanham a atividade.
procrastinação está geralmente associada a fatores cognitivos, como interpretamos (pensamos) uma tarefa, e emocionais, medo do fracasso. Os pensamentos, muitas vezes disfuncionais, “essa tarefa é muito difícil, não vou conseguir, vou falhar, não sou bom o suficiente” irão colaborar para o adiamento da tarefa. O medo de falhar é um tema presente nas cognições dos procrastinadores.
A evitação da situação (tarefa) reforça o pensamento disfuncional “não vou conseguir” e isto se torna um ciclo vicioso de pensamentos “não consigo”, emoções “frustração, fracasso” e comportamentos “esquiva, adiamento” que intensifica o comportamento procrastinatório.
Algumas dicas para evitar a procrastinação:
Tente se recordar de uma atividade que você considerava difícil inicialmente e conseguiu finalizar.
Liste os seus principais objetivos e motivadores para a execução da atividade.
Faça um planejamento que seja possível executar, divida a atividade.
Faça pequenas pausas.
Lembre-se: nem todos os pensamentos são uma verdade absoluta sobre você e os sentimentos são como uma onda vem e vão.
Fonte:
Costa, R. T. & Talask. (2019). Procrastinação. In. Carvalho, M. R de., Malagris, L. E. N. & Rangé, B. P. Psicoeducação em Terapia Cognitivo-Comportamental. Novo Hamburgo: Sinopsys.